No passado dia 15 de Março, fui convidado a participar num evento cultural a decorrer no Chalé de João Lúcio, um lugar do qual já tinha ouvido muitos relatos, mas que ainda não tinha tido a oportunidade de visitar.A minha primeira impressão foi de assombro ao ver uma estrutura deste género emergir por entre às árvores da zona, é visível a necessidade de uma operação de restauro, mas este facto não lhe tira o esplendor de outrora.
Ubicada em terras cheias de lendas, a actual sede da Ecoteca de Olhão foi mandada construir a inícios do século XX (1916) pelo célebre poeta olhanense João Lúcio Pousão Pereira após a morte trágica do seu filho, buscando assim um lugar que lhe proporcionasse isolamento espiritual.Rico em simbolismo, a estrutura do chalé está composta por três pisos e quatro escadarias, cada uma delas alinhada no sentido dos pontos cardinais (Norte, Sul, Este e Oeste) representando os quatro elementos (Ar, Fogo, Terra e Agua) nas figuras de Peixe, Serpente, Violino e Guitarra.
Um aspecto curioso da história é que o poeta João Lúcio nunca viria habitar o chalé, isto por consequência de uma pneumonia que lhe tirou a vida no ano de 1918, mas mesmo assim ainda há quem diga, que em noites de sueste, se pôr-mos muita atenção, poderemos confirmar que João Lúcio… afinal mora lá…
